segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

LISTA: 10 das minhas histórias favoritas - Parte 2

Continuemos então, como prometido, a listar dez das minhas histórias favoritas de todos os tempos. Lembrando que não são as dez histórias favoritas, mas sim representativas de um autor ou um tipo de história. Vamos a elas.



6 – Aventura na Fórmula 1; 72 páginas, 1984;


Eu confessadamente não estou entre os maiores fãs do estilo italiano, mais arredondado. E Cavazzano é um dos maiores expoentes e mesmo responsável por esse estilo plenamente identificado com a Disney Itália. Entretanto, só um louco não seria capaz de reconhecer seus enorme talento e as ótimas histórias em que ele trabalhou, como essa.

Aqui tio Patinhas fica muito interessado nas cifras milionárias que são movidas nas corridas de fórmula 1, e decide entrar no meio, patrocinando alguma escuderia ou piloto. Entretanto, quando cobram uma fortuna por um mísero espaço de patrocínio, e ao ser rejeitado por todas as escuderias, ele resolve construir a sua própria equipe, sendo seu único patrocinador. Claro que o velho muquirana pretende gastar o mínimo possível, e coleta as peças necessárias para o seu Turbopato TP1 no lixão, e convoca o sobrinho Donald para ser o piloto. Claro que não vai ser fácil concorrer com equipes de verdade.

Escolhi essa história por diversos motivos, já que ela não necessariamente minha história favorita desenhada pelo Cavazzano. Gosto mais de “O Mundo Perdido”, por exemplo. Só que como essa saiu no Volume 21 de Clássicos da Literatura Disney, ainda devo escrever sobre ela. Em primeiro lugar eu escolhi essa história, porque eu gosto dela há muito tempo, o Disney Especial que a contém foi também uma das primeiras revistas Disney que eu comprei (no sebo). Segundo, porque ela representa as gigantes histórias italianas. Ok, “O Mundo Perdido” também representa (possui 87 páginas), mas já expliquei porque não falei dela, e essa tem 72 páginas, já vale como exemplo. E terceiro, porque é uma história esportiva. No universo Disney, muitas e excelentes histórias com temas esportivos foram escritas, a maioria que temos acesso de futebol, já que é o esporte nacional nosso e italiano, e entre as de futebol tem várias boas histórias também, como as do Xurupita F. C.. Mas vale uma ótima história de automobilismo, desenhada pelo grande mestre Cavazzano, para representar todas as histórias esportivas.

O roteiro não é complexo, apenas mostra GP após GP o Turbopato sendo desclassificado de formas cada vez mais inverossímeis, é muito divertido, entretanto, com o tio Patinhas querendo sempre economizar na hora da montagem e como se imagina, um lixão no meio da pista, concorrendo com máquinas aerodinâmicas. O final também é perfeito e divertidíssimo. Quanto aos desenhos, o que falar? A assinatura já diz tudo, e aqui Cavazzano se apresenta em sua melhor forma e época (em minha opinião) com desenhos fantásticos. Uma história memorável.



7 - Em busca de Kalevala; 33 páginas, 1999;

Roteiro: Don Rosa
Desenho: Don Rosa

Don Rosa aparece finalmente na minha seleção de histórias e não poderia ser diferente. Afinal ele é recentemente (há dez anos) o mais conhecido e admirado autor Disney. Admito que eu não acho o Rosa tudo isso. Pretendo ainda fazer um post com prós e contras da saga do tio Patinhas e outras histórias relacionadas. E nem considero o Rosa como concorrente a ser melhor que o Carl Barks (embora saiba que muita gente considera, e respeito plenamente essa opinião). Don Rosa é, contudo, um dos mais talentosos artistas a ter desenhado quadrinhos Disney, com seus quadros maravilhosos, com inúmeros detalhes. E também com seus roteiros, sempre plenamente baseados e embasados histórica e cientificamente (em um nível de quadrinhos infantis, claro), como também fazia o seu mestre Carl Barks.

Tio Patinhas encontra na sua caixa de lembranças uma nota de dívida muito antiga, de quando ainda era um engraxate na Escócia. Ela está assinada por um tal Elias Lonrot, que graças ao praticamente onisciente Manual do Escoteiro, descobre ser o compilador dos mitos de Kalevala, um mundo mágico da mitologia finlandesa. Ao saber da lenda do Sampo, um moinho mágico que produz prosperidade eterna: sal, grão e moedas de ouro, tio Patinhas decide procurá-lo, partindo de imediato para a Finlândia e se envolvendo em um embate épico.

Essa é, em verdade, minha história favorita de Don Rosa e também a primeira dele que li, tendo comprado a revista na banca em uma excursão com a escola em 2001. Na época fiquei maravilhado com o autor, e só depois que eu conheceria outras obras mais famosas dele, como a Saga do Tio Patinhas, mas até hoje não encontrei uma história dele que me apetecesse mais. O fato de eu gostar muito de mitologia e da Finlândia deve contribuir (ou não, pode ser a história que tenha me despertado gosto por mitologia finlandesa, não lembro).

Os desenhos são, é claro, fabulosos nessa história. Ela é ideal, aliás, para ser lida em formato americano e não formatinho, por causa dos muitos detalhes. O roteiro é muito bom, também. Não deixa de ser complexo e ligeiramente pretensioso, como de costume. É amplamente baseado nos mitos de Kalevala, e faz isso muito bem. Uma excelente história em suma, com todas as grandes qualidades do mestre Don Rosa.

 8 - O Detetive Durão; 10 páginas, 2001;


Outra história curta de outro grande mestre das histórias curtas, William Van Horn. Essa é a história que eu li mais recentemente, ano passado, em Pato Donald Extra! 3, entretanto ela é emblemática para mim por dois motivos. Primeiro, ela representa minha volta a colecionar quadrinhos Disney, e a primeira vez em minha vida que comecei a comprar regularmente as edições publicadas em banca. Segundo, ela me apresentou ao último grande mestre do qual me tornei fã absoluto, William Van Horn. Claro que eu já tinha lido várias histórias dele, e gostado de várias com certeza, mas como a arte dele não se destaca particularmente, não o identifiquei claramente antes de conhecê-lo, como fiz com outros autores. Entretanto, essa revista, Donald Extra! 3, traz 3 histórias do mestre, duas das quais geniais, e as revistas do Pato Donald mensais que comecei a comprar a seguir foram trazendo outras histórias dele, e comecei a admirá-lo cada vez mais.

Nessa história Donald é, aparentemente, um detetive daqueles comuns americanos durões, e tem de resolver um caso muito misterioso, quando uma casa surge misteriosamente do nada, e coisas estranhas ocorrem ali. O problema é que a cada passo o caso fica mais obscuro e inexplicável.

O roteiro é simples, quer dizer na verdade é bem complicado, mas isso é proposital, o que importa na história é o bom humor, e ela é engraçadíssima, com um final excelente, aliás, Van Horn costuma saber terminar as histórias muito bem sempre. Os desenhos são muito bons, não espetaculares como os de Rosa, mas muito bem feitos. A arte de Van Horn é parecida com a do mestre Barks, embora não tão refinada. Eu disse acima que duas histórias de Pato Donald Extra! 3 eram ótimas, a outra “Sonhar, Talvez...” também tem a mesma característica de confundir realidade com ficção, que Van Horn explora muito bem, e de maneira hilária.



9 - Volta ao Mundo em 80 dias; 44 páginas, 1978;

Roteiro: ?
Desenho: Hector Adolfo de Urtiága
Arte-final: Carlos Valenti (?), Rubén Torreiro (?)

Não se sabe o roteirista dessa história, o desenhista não é famoso (trabalhou em várias histórias de “Pateta Faz História”), os arte-finalistas não são certos, essa é então uma homenagem a todos os autores menos ilustres que já trabalharam com os quadrinhos Walt Disney. Mentira, eu só coloquei essa história porque gosto muito dela, sendo uma das minhas favoritas já há muito tempo.

Pateta é Phileas Fog, criado no Clube dos Cavalheiros de Londres, e quando os ricaços estão discutindo se é possível um homem atravessar o mundo em 10 dias, ele se oferece para a façanha. Claro que todos riem diante da ideia, mas aceitam a aposta e o sócio Mickey vai com ele, para garantir. Eles devem então atravessar todo o mundo das maneiras mais improváveis.

Essa história é semelhante a “O Assistente de Jaques Crustáceo” eu gosto muito dela, sem saber propriamente explicar o porquê, o fato é que tanto esta como aquela tem teor puramente humorístico e faz isso com perfeição divertindo plenamente o leitor (eu, pelo menos). A diferença é óbvia: enquanto aquela história tinha 12 páginas, esta tem 44, com um roteiro muito mais completo. Ela também funciona bem como história de aventura, claro já que é baseada num livro de Julio Verne, mas sempre de maneira satírica, humorística, e diferentemente da história de Marco Rota e Paul Halas, muito mais voltada para o nonsense, com cenas totalmente inverossímeis e surreais. Creio que não serão todos a apreciá-la, mas, para mim ao menos, é uma excelente história.



10 - O Sovina Gastador; 20 páginas, 1964;

Roteiro: Carl Barks
Desenho: Carl Barks

Sei que eu já coloquei o Carl Barks na lista, entretanto ele é um gênio completo, capaz de fazer aventuras fantásticas em longas histórias, como “Perdido nos Andes”, e curtas e divertidíssimas histórias despretensiosas, como essa aqui (Está certo que essa não é tão curta, tem 20 páginas, mas ela é simples, e tem o único propósito de divertir). Como disse o Paulo Maffia em uma entrevista: Um Pelé!

Chega o Natal. Tio Patinhas tem sua habitual lista de compras (Para o Donald uma bola de tênis, para Huguinho, Zezinho e Luizinho três bolinhas de gude,...). Donald, porém, não pretende receber miséria esse ano, e arranja um raio hipnótico para obrigar o tio a lhe dar presentes fabulosos. Entretanto, em sua ausência, os meninos mudam a foto no raio para a de um cachorro em vez do pato atarracado. Após Donald dar cabo ao seu plano, tio Patinhas começa a sentir uma inexplicável necessidade de presentear o cachorro da duquesa de Patópolis que Donald havia fotografado. Ele acha inspiração para o dispendioso presente em uma antiga canção inglesa, e prepara-se para dar para o cachorro “doze tamborileiros tocando tambor, onze gaiteiros tocando suas gaitas, dez lordes saltitando” e assim por diante. Claro que Donald, pensando que o presente é para ele, tentará impedir.

Essa história tem tema natalino e isso também me influenciou afinal muitas histórias de Natal foram feitas com o universo Disney, e elas merecia uma representação aqui. Dentre as histórias natalinas Carl Barks produziu várias e ótimas histórias, e dentre elas, esta é a minha favorita.


Creio que está bom, por enquanto. Eu já falei bastante do Carl Barks na primeira parte da lista, e devo falar ainda mais em postagens futuras. Ficamos assim então. Devo Voltar quinta ou sexta-feira com uma parte de Clássicos da Literatura Disney (dessa vez, vai).

Até lá.

4 comentários:

  1. Olá, amigo! Que bom ver postagens a respeito de mais histórias Disney. Sabe que eu também gosto muito de "O Mundo Perdido"? Achei muito boa, mesmo! Eu a li cerca de um mês atrás na CLD.
    Essa que você descreveu sobre a Fórmula 1 também parece ser bem interessante e já me conquistou a curiosidade pela criatividade do trocadilho do carro - as iniciais TP1 servem tanto para Turbo Pato como para Tio Patinhas.
    Outra hora eu leio as outras, agora estou correndo, mas prometo ler logo e deixar mais comentários.
    Abraços. FabianoCaldeira.

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  2. Olá, boa tarde! Que susto você me deu com essa história da volta ao mundo porque pensei que era uma em que o Tio Patinhas sai de balão pelo mundo afora.... que, por sinal, é um lixo; a história em si é boa, mas os desenhos sáo terríveis, parece de amadores.
    Ainda bem que não é essa.
    Eu tenho minhas seleções para fazer também, não dessa forma, mas talvez as melhores de 2010 ou de 2009 (independente do tempo em que elas foram publicadas), mas isso é coisa para se pensar outra hora. Mesmo que eu queira, estes dias não dá para me dedicar a colocar algo assim. Tem muita pauta na frente e tenho pouco tempo e ainda alguns pepinos que estão me deixando inquieto. Mas, sei que vai passar (não é só dinheiro... se fosse, seria fácil resolver).Tudo é uma fase de altos e baixos, precisamos não nos esquecer disso.
    Abraços. Parabéns pelas histórias.
    FabianoCaldeira.

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  3. Olá Fabiano,

    Pois é, como eu disse essa história do "Mundo Perdido" é fantástica, mas não a coloquei em vez da da Fórmula 1 porque ainda vou revisá-la nos CLD. Aliás, devo voltar a eles essa semana, e pretendo fazer ao invés de 3 por post, 4 ou 5 volumes, porque senão vai demorar demais. Mas vamos ver... Não conheço a referida história do tio Patinhas que você diz, mas da maneira que diz, sorte minha, hehe.

    Muito bem, felicidades para você, melhoras e resoluções para todos os seus problemas. Sinceramente, Denis.

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  4. OLá.. Primeiramente belo post quase todas as histórias citadas são emblemáticas.
    Essa história do Tio Patinhas na Fórmula 1 é bastante lembrada..tanto que até citamos ela durante o Podcast que fizemos sobre a Disney..
    o Barks não tem o que adicionar. Mas esssa história que vc comentou é muito bem construída. o Barks faz a história em cima do antigo poema.majistral.
    Eu sou suspeito já que adoro essas histórias onde o Pateta interpreta algum personagem da literatura ou da história. essa a volta ao mundo é ótima.
    Também não acho o Don Rosa tudo isso que pintam por aí. Claro que suas histórias são ótimas. em especial aquelas onde ele homenageia o Barks e o nível de detalhes de seus desenhos às vezes me deixam perdido.
    enfim, continue com o Blog..está bem legal o/

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