Depois de um recesso em Dezembro a Patranha volta. Como eu me conheço, sei que sou preguiçoso e que se depender da minha boa vontade nunca vou postar nada, exceto quando tiver raros espasmos de criatividade e animação para escrever, decidi estabelecer uma rotina: a partir de agora a Patranha deverá ter atualizações toda segunda ou terça-feira, preferencialmente com um post mais opinativo, sobre algum tema de meu interesse sobre quadrinhos Disney, e as quintas ou sextas, com reviews, sendo que voltarei a escrever sobre cada volume dos Clássicos da Literatura Disney no fim desta semana.
Hoje listarei 10 histórias, e quero deixar claro desde já que essa não é uma lista de minhas histórias favoritas, por dois motivos. Primeiro, porque o Universo Disney é muito extenso, existem milhares de ótimas histórias que eu nunca li e outras tantas que li e, ou se perderam com o tempo, ou estão afundadas em minha coleção e seria injusto deixar algumas ótimas histórias de fora. Segundo, porque se caso eu quisesse mesmo assim fazer uma lista das melhores histórias que eu me lembro, provavelmente teria umas cinco ou seis de Carl Barks, havendo superexposição do gênio e esquecendo de outros diversos artistas.
Meu objetivo é colocar histórias significativas para mim, representativas de cada autor. Claro que, ainda assim, muitos ficarão de fora, mas creio que outras listas semelhantes a essa poderão ser feitas no futuro. Comecemos então:
Esta é uma história excelente, um clássico absoluto de um dos maiores pioneiros dos quadrinhos Disney, uma rara aventura em que os três pilares, Mickey, Donald e Pateta, contracenam. É de fato uma ótima e importantíssima história, mas tudo isso perde valor para mim, e ela se reveste de maior honra e significância quando me lembro que ela foi, simplesmente, a primeira história em quadrinhos Disney que eu li.
Sim, em 12/10/00 (ou por volta disso, só me lembro que eu ganhei de dia das crianças), minha mãe me deu essa e várias outras revistas da Disney (e algumas da Mônica, admito), e essa foi minha história favorita por anos e anos, até eu conhecer outros clássicos, principalmente de Carl Barks.
Mas vamos a ela. Aqui Mickey chega a Patópolis e todos na cidade estão nervosos por causa de fantasmas que invadiram a casa do Coronel Basset, ele resolve então montar uma agência de detetives junto ao Pateta e ao Donald para investigar o mistério, e acaba chegando ao cerne de uma trama de contrabandistas. A história é muito bem escrita, com uma trama de ação capaz de divertir tanto adultos como crianças, com uma construção e cenas com armas que não se vê nas histórias atuais. Os desenhos são claramente antigos também, mas muito competentes e funcionam bem com a trama. Uma ótima história, portanto, e particularmente muito significativa para mim.
Uma do gênio Carl Barks não poderia faltar, e qual história melhor para representar o gênio criativo do homem dos patos do que esta? Ela é tecnicamente perfeita, e demonstra com exatidão todos seus grandes méritos para se tornar o meu quadrinista favorito e o de muito mais gente.
A história começa no museu de Patópolis onde Donald trabalha. Lá, enquanto limpa pedras, descobre que algumas delas são, na verdade, ovos quadrados, a descoberta choca o mundo e o museu manda uma expedição para descobrir o lugar de onde eles vieram. Claro que rapidamente os únicos enviados são o pato e seus sobrinhos. Eles descobrem, então, uma cidade onde tudo é quadrado no meio da cordilheira dos Andes e passam a procurar as supostas galinhas quadradas que botaram os ovos.
A primeira coisa a se destacar nessa história é a criatividade. Quer dizer, galinhas quadradas no meio dos Andes? Outra característica da história com a assinatura marcante do mestre é a boa construção da trama, com seqüências de gags, onde novas possibilidades vão se abrindo. A história também é divertidíssima, com ótimas piadas e um final surpreendente. Da arte pouco precisa ser dito, apenas que ela apresenta Barks em sua melhor forma, com grandes quadros e perfeição técnica, os efeitos de névoa densa em vários quadros são fantásticos.
Essa história é um clássico fabuloso que, como já disse, apresenta Barks com todas suas grandes qualidades. Ela é uma das minhas histórias favoritas de todos os tempos.
3 - O Fogo Fantasma
Essa é da provável melhor dupla a fazer histórias do Mickey. Não digo que essa seja minha história favorita do Murry, porque muitas dele com o Mickey detetive apresentam o mesmo ótimo nível dessa, entretanto ela está aqui representando a obra como um todo do ótimo desenhista e do ótimo roteirista porque ela também, assim como a primeira de hoje “Os Sete Fantasmas”, tem um valor muito forte para mim, sendo uma das primeiras que eu li também, tendo comprado essa revista junto com aquela.
Aqui, Mickey e Pateta, já enfatuados de trabalhar para o Coronel Cintra, planejam tirar férias, porém graças à conhecida “inteligência” do último, acabam recrutados para ajudar o irmão do Coronel a resolver um problema de casas que pegam fogo misteriosamente numa vila onde ele é delegado, devendo, porém chegar disfarçados para não ferir seu orgulho.
Acredito que essa seja uma boa história para representar a obra de Fallberg e Murry como um todo, pois ela demonstra muito bem todos os méritos da dupla: O roteiro bem trabalhado, com uma trama que não ofende a inteligência do leitor, seja qual for a idade deste, a ação bem construída e magnificamente desenhada, além de já estar inserida nesse universo do rato, no qual esses artistas são tão importantes, quando, por exemplo, no início, quando Mickey e Pateta tentam fugir de trabalhar para o Coronel Cintra.
Essa história por si só é ótima, talvez não uma das melhores de todas, mas de especial significado para mim e boa o suficiente para fazer jus à obra total de seus criadores.
Uma história simples, curta e despretensiosa, mas que é outra das minhas histórias favoritas de todos os tempos. E que também mostra o talento de dois grandes mestres Disney, Paul Halas e Marco Rota.
Margarida adora ver programas científicos e quando surge uma oportunidade ambiciona conseguir para o Donald um cargo de cientista marinho. Claro que o preguiçoso pato desdenha da idéia, porém somente até, quando chamado para fazer testes no centro de pesquisas marinhas, conhece a companheira de experimento, Dra. Glória Gloriosa. A partir daí o pato, competindo com homens bem mais qualificados, deve contar com a sorte para ser escolhido.
Essa história tem apenas 12 páginas, não tem uma trama elaborada, nem grandes aventuras, entretanto ela é divertidíssima. É despretensiosa e só tem o intuito de divertir o leitor, o que faz com maestria, com o Donald passando por todos os testes das maneiras mais improváveis, e um final perfeito. Mostra todo o talento de Paul Halas para histórias curtas, os desenhos também são ótimos destacando a arte do mestre italiano Marco Rota. Eu sequer sei explicar porque gosto tanto dessa história, mas ela exemplifica com perfeição as histórias curtas que eu aprecio tanto.
O Brasil tem que dar as caras por aqui, afinal muita coisa boa foi produzida nessas bandas, e quem melhor para representar os quadrinhos Disney brasileiros que o grande mestre Renato Canini, devidamente acompanhado de outro grande mestre Ivan Saidenberg? Eu já tinha lido essa história, e outras deles, várias vezes sem saber quem as faziam, e já estavam entre as minhas favoritas, sendo esta uma das que eu mais gostava.
Nessa história, Zé Carioca ocupado em observar os turistas passa-se por repórter para descobrir de onde vinham estranhos índios, porém acaba sendo levado por eles para conhecer sua tribo, tribo esta que é atacada todo dia pontualmente por uma tribo inimiga misteriosa. Ele deve então resolver esse mistério (embora tudo o que queira seja sombra e água fresca) e acaba por enfrentar um inescrupuloso porco roubador de terras (o I.N.D.U.C.K.S. afirma ser o Porcolino Leitão, porém eu não tenho certeza).
Essa história tem o traço inconfundível característico do mestre Renato Canini, que dá seu brilho único. A história é simples, de apenas 11 páginas, mas que conta e desenvolve bem a trama do Zé no meio dos índios, e que me dá até um sabor nostálgico, o bom humor está presente na trama em todo o momento, com o Zé feito de herói, mesmo querendo apenas fugir da tribo para voltar ao Rio. Afinal, uma ótima história e de especial sabor para mim, para ilustrar bem a escola brasileira.
Termino semana que vem esse post para que, primeiro, ele não fique muito grande, segundo, eu tenha o que escrever semana que vem. Venho na próxima segunda (ou terça) com mais cinco ótimas histórias marcantes para mim e muito representativas do universo Disney, e quinta ou sexta-feira volto a escrever mais uma parte do review sobre a coleção Clássicos da Literatura Disney.
Olá! bom dia! Como vai? Espero que tenha tido uma boa passagem de ano e faço votos para que 2011 seja um ano de prazeres e realizações na sua vida, com Deus na vida, sempre!
ResponderExcluirGostei da postagem... o que mais me chamou a atenção foram as duas primeiras histórias. "Os sete fantasmas" traz Donald, Pateta e Mickey. Eu me lembro de ter visto uma animação parecida na Tv há muito tempo.... seria a mesma da revista? Enfim... normalmente eu gosto muito das aventuras em que estão esses três amigos.
"Perdidos nos andes" eu vim a conhecer ao ler o Disney Big 5 e até postei sobre ela no meu Blog junto com a continuação feita por Don Rosa - "De Volta a Quadradópolis" - em que comprarei a criatividade de impressionismo das situações de Carl Barks com o talento de dramatizar de Don Rosa. Enfim, cada um é mestre na sua praia...rsrsrs...
Tenha uma boa semana e não deixe de postar no seu Blog, ainda que sejam coisas pequenas, curtas ou rápidas... é gostoso ver novidades.
Abraços. FabianoCaldeira.
Legal a postagem mesmo.. e essa Sete Fantasmas é bem legal..Reli ela recentemente.
ResponderExcluirE Fabiano, essa não tem nada a ver com aquela história do Desenho (Aliás, olha ele aqui http://www.youtube.com/watch?v=du5lRcYsnb4 ). somente o fato que tráz os três personagens contra fantasmas. Mas o desenrolar é completamente diferente.
E Denis não deixe de atualizar o blog.. mesmo que seja pouca coisa continue postando sempre o/
Obrigado, amigos Fabiano e Macgaren.
ResponderExcluirComo falei no post pretendo postar duas vezes por semana, rotineiramente, para combater a má vontade e a preguiça.
Agradeço os votos, Fabiano, e desejo o mesmo para você e toda sua família. Eu li a postagem em seu blog e achei muito boa, especialmente por ter concordado contigo, com respeito ao excesso de dramatização de Don Rosa por vezes. Pretendo, aliás, falar sobre ele em breve.